terça-feira, 21 de outubro de 2008

luar do sertão 1911


Luar Do Sertão "
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão Não há, ó gente, ó não Luar como esse do sertão"

Oh! que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade tão escuro

Não tem aquela saudade do luar lá do sertão


Se a lua nasce por detrás da verde mata
mais parece um sol de prata prateando a imensidão
e a gente pega na viola que ponteia

E a canção é a Lua Cheia a nos nascer do coração


Coisa mais bela nesse mundo não existe
do que ouvir um galo triste, no sertão se faz toar.
Até parece a alma da lua que descamba
escondida na garganta desse galo a soluçar.

Ai quem me dera que eu morresse lá na serra,

abraçando a minha terra,
linda terra que Deus fez.
E que me enterrem numa cova pequenina

onde á tarde a fulurina
chora a sua viuvez.

Mas como é lindo ver depois por entre o mato

deslizar calmo regato transparente como um véu

No leito azul das suas águas murmurando

e por sua vez roubando as estrelas lá do céu...

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